A partir de que idade se deve ensinar as crianças a ler e escrever?

Esta é uma questão polémica e pouco consensual mas, mesmo assim, vou dar a minha opinião.
Apesar de haver uma tendência crescente dos pais e Jardins de Infância (nem todos, obviamente) para ensinar às crianças com menos de 6 anos as letras e como se lê e escreve, essa não me parece a melhor opção. Sabe-se hoje em dia que só a partir dessa idade é que as crianças passam a ter capacidade neurológica para interiorizar todas as regras abstractas que a leitura e a escrita têm, pelo que antes disso acaba por ser um pouco "contra-natura" insistir nesse tipo de ensino.
Claro que há meninos que acompanham bem e acabam por aprender, mas a minha dúvida é só uma: "para quê?". Isto não quer dizer que não se possa ensinar as crianças pequenas a copiar o nome (sim, eles gostam disso e acabam por se sentir "maiores"), mas avançar muito mais é desnecessário. Até porque quando chegarem ao Ensino Básico, vão ter que aprender tudo outra vez, o que compromete (e muito, nalguns casos) a motivação. Eu sei que há algumas crianças que têm vontade de descobrir isso tudo (sim, gosto muito da palavra "descobrir", bem mais do que da palavra "aprender" nesta fase) e, nesses casos, pode-se ir de encontro às suas expectativas. No entanto, devem ser elas a decidir o que se faz e como se faz, para não ser nada imposto pelos adultos. Se perguntarem nós devemos responder e ir de encontro às suas expectativas, mas não se deve propriamente ter "aulas" com esta idade.
Por isso se chama idade pré-escolar, precisamente porque abaixo dos 6 anos as crianças devem mesmo é BRINCAR! Esqueçam números, letras, palavras e tudo o que for do género. Deixem-nos brincar ao faz de conta, estimular a imaginação, aprender a socializar e sujarem-se todos quando mexem na terra ou nas tintas. Isso sim, são etapas imprescindíveis no crescimento e desenvolvimento das crianças pequenas...


Nota: Tal como referi no início deste texto, o que aqui escrevi não é uma verdade absoluta. é antes uma partilha da minha opinião pessoal que tem sempre um carácter subjectivo, mas que está devidamente fundamentada, como é lógico, do ponto de vista científico.

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