Há limites para a privacidade dos adolescentes?

Essa é uma pergunta muito difícil, mas obviamente que há. A dificuldade é saber onde é que ficam esses limites...
Quando as crianças crescem e passam a tornar-se adolescentes, a necessidade de privacidade aumenta exponencialmente, porque a autonomia e a busca pela independência assim o exigem. É difícil perceber que os filhos se estão a afastar, mas esse é o ritmo normal da vida. Mesmo sabendo que eles nem sempre vão tomar as melhores decisões, a vida é deles e não podem ser os pais a vivê-las pelos filhos. Todas as decisões têm riscos e os adolescentes têm que crescer a perceber que é assim mesmo. Nalgumas vezes vão decidir bem e noutras vão decidir mal, é assim para toda a gente.
No entanto, há um factor que não podemos descurar, que são as novas tecnologias. Elas escondem perigos grandes que não são fáceis de lidar, seja para as crianças seja para os pais e aqui tem que se ter cuidado. Quando falamos em telemóveis, e-mails e redes sociais, acho que deve haver espaço para algum controlo parental. O primeiro conselho é para o computador só ser utilizado em locais comuns da casa, como a sala ou a cozinha. Não é para "bisbilhotar" os que os filhos estão a fazer, mas apenas para retirar um pouco a sensação de inviolabilidade de quando se está por trás de um computador. Depois, acho que faz sentido que os pais sejam "amigos" dos filhos nas redes sociais, para ver um pouco as publicações que eles fazem, principalmente no início da adolescência. Mais uma vez o objectivo não é invadir a privacidade, mas sim tentar controlar um pouco o que eles partilham com as outras pessoas, que pode não ser o mais adequado.
Outras situações, como andar a "mexer" nós telemóveis dos filhos ou nos seus diários é absolutamente desaconselhado e não me parece a melhor prática. Aí é preciso guardar a curiosidade e ter esperança que o trabalho realizado nos anos anteriores surta o seu efeito. É a primeira grande prova a que a o "trabalho" dos pais feito nos anos anteriores está sujeita...

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