As amigdalites precisam sempre de antibiótico?

Não!
Tal como para a maior parte das infecções, as amigdalites podem ser provocadas por vírus ou bactérias. As primeiras NÃO precisam de antibiótico, mas as segundas precisam, pelo que se torna muito importante tentar distinguir as duas situações.
O primeiro aspecto a ter em atenção é a idade da criança. Se tiver menos de 2-3 anos, a probabilidade da amigdalite ser vírica é muito grande, enquanto que se for mais velha é mais provável ser bacteriana.
O segundo ponto tem a ver com o aspecto das amígdalas. Apesar de tradicionalmente se associar a presença de pus às amigdalites bacterianas, isso não é inteiramente verdade, pois pode surgir nos dois tipos. Há, no entanto, um aspecto bastante sugestivo de se tratar de uma infecção por bactérias, que é a presença de pequenos pontinhos vermelho-escuros na parte de trás do céu da boca.
Por fim, a presença de sintomas sugestivos de escarlatina (ver post sobre esse assunto aqui) aponta sempre para uma causa bacteriana e é indicação para iniciar antibiótico.
Como se pode concluir deste texto, a distinção entre amigdalite vírica (que não precisa de tratamento) e bacteriana (que necessita de antibiótico) nem sempre é fácil, pelo que se deve, sempre que possível, efectuar um teste rápido à garganta das crianças com amigdalite. Trata-se de um procedimento muito simples de executar e que consiste na colheita de um pouco de secreções da garganta com uma espécie de cotonete. Posteriormente adicionam-se uns reagentes e, ao fim de cerca de 5 minutos temos o resultado, que é muito fiável. É uma grande ajuda, que se utiliza cada vez mais e pode evitar, nalguns casos, o recurso desnecessário aos antibióticos.

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